“Eu sou mãe do Bruno Gustavo, que tem cinco anos, e é autista. A princípio não é muito fácil a luta. Às vezes você vê uma criança, ela não tem nenhum defeito físico, aparentemente, e por isso, na maioria das vezes, não é respeitada, sofre muitos preconceitos porque as pessoas pensam que é birra ou má criação, sem saber o que realmente acontece. Por isso, acho de extrema importância essa data, para chamar a atenção da sociedade para que olhem com mais carinho para as nossas crianças autistas”. O depoimento, que convida a sociedade à uma reflexão sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é de Gardênia Sotero Cunha, uma das mães, cujos filhos são atendidos no CEEE João Mohana, que é ligado à Secretaria de Estado da Educação (Seduc), responsável pelo atendimento de alunos com Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista.
Nesta terça-feira (2), Dia Mundial da Conscientização do Autismo, Gardênia se juntou a outras mães, filhos, educadores e toda a comunidade escolar do ‘João Mohana’, para um dia de atividades lúdicas, psicomotricidade, artes, pintura facial e nas mãos, além de exibição de curta metragem com exibição de filmes com Pinóquio, Chapeuzinho Vermelho, Turma da Mônica, Sítio do Pica-pau Amarelo, entre outros.
A programação começou na segunda (1º), quando os alunos foram os protagonistas, ao apresentarem aos pais e convidados uma releitura do clássico infantil ‘Chapeuzinho Vermelho’, de Charles Perrault.
“Essas atividades são uma forma de dizer para os nossos estudantes, que nós nos importamos muito com o bem-estar deles, e queremos acolhê-los da forma mais prazerosa. A programação encerra na quinta (04), com a presença de estudantes de uma faculdade, que são nossos parceiros em várias atividades que desenvolvemos ao longo do ano. Nesse dia faremos várias atividades lúdicas”, disse a gestora do Centro, Luciana Santos.
As atividades, assim como a data, visam ajudar a conscientizar a população sobre o Autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
A professora Gisele Franco, que trabalha no Atendimento Especializado, reforça a necessidade de falar e de lutar pela conscientização da sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista.
“Uma pessoa que não conhece, que não têm criança ou um adulto com TEA na família, não têm ideia da necessidade de termos uma sociedade consciente e de braços abertos para receber essas pessoas. Nesse dia, nós que trabalhamos com crianças, adolescentes e adultos com TEA, desejamos simplesmente que as pessoas se coloquem no lugar de um familiar, de um parente que convive diariamente com as situações adversas impostas pelo autismo. É preciso ter um olhar diferenciado para acolher, para abraçar. Assim como é preciso ter espaços que acolham, que sejam inclusivos”, enfatizou Gisele Franco.
O CEEE João Mohana atende 116 crianças e adolescentes com TEA, na faixa de 03 a 17 anos com acompanhamento Educacional Especializado, Estimulação Essencial, Intervenção educacional e Acompanhamento Pedagógico. E conta com a equipe multidisciplinar composta por pedagogo, terapeutas educacionais, psicólogos, fonoaudiólogo e tantos outros profissionais, dá suporte para que as crianças e adolescentes possam ter uma maior possibilidade de inclusão.
Investindo para atender melhor
O CEEE João Mohana também recebeu investimentos para melhorar o atendimento e a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. O Centro foi uma das mais de 820 escolas reformadas, revitalizadas e ou construídas pelo Governo do Maranhão, que também investiu em qualificação e aperfeiçoamento de profissionais, contratação de cuidadores e implantação de gratificação específica a profissionais que atuam nessa modalidade de ensino, que era reivindicação histórica da categoria. O governo também adquiriu um novo ônibus escolar adaptado para transporte dos estudantes do Centro.
Fonte: Seduc
Texto: Regina Sousa
Fotos: Divulgação
02/04/19
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