Um dia diferente no Centro de Ensino Maria Helena Duarte, em São Luís. A escola, que neste ano possui duas estudantes com deficiência visual comemorou o Dia Nacional do Sistema Braille, nesta segunda-feira (8), com ação de sensibilização para os estudantes, promovida pelo Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual do Maranhão (CAP), órgão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Com circuito sensorial e realização de palestras, profissionais do CAP puderam passar para os estudantes da 1ª série do Ensino Médio, um pouco da realidade vivida pelos cegos. Para a supervisora pedagógica do CE Maria Helena Duarte, Bernardina dos Santos Nascimento, a ação veio fortalecer a adaptação pedagógica que já vem sendo feita na escola, por conta das estudantes, que agora fazem parte da comunidade escolar.
Circuito sensorial é feito com estudantes do CE Maria Helena Duarte no Dia Nacional do Sistema Braille (Foto: Lauro Vasconcelos)
“Na jornada pedagógica, no início do ano, nós fizemos uma formação com professores esclarecendo de forma geral o que é o Braille. Na aula inaugural, teve apresentação do regimento interno e um momento de sensibilização com circuito sensorial, frisando bastante que a deficiência é só visual, o cognitivo é preservado. As alunas fazem todas as outras atividades como uma pessoa sem deficiência. Está sendo um desafio para todos, mas aos poucos nós estamos nos adaptando, os professores fazem as atividades, a gente está sempre trocando informações com a coordenadora do CAP. Foi muito importante para a comunidade escolar como um todo, parece que todo mundo se uniu, deu uma elevada na autoestima, na questão da sensibilização, de perceber o outro e de respeitar, o que é muito importante”, afirmou Bernardina dos Santos Nascimento.
A estudante Mônica Lorena Xavier Santos, 18 anos, da 1ª série do Ensino Médio, possui somente 10% da visão e, ainda assim, consegue acompanhar os colegas de classe. A ajuda dos professores e alunos tem sido fundamental para o desenvolvimento das potencialidades da Mônica. “Os meus colegas estão aprendendo comigo, eu estou aprendendo com eles a cada dia que passa. Eu não tenho dificuldade ainda, porque eles me ajudam e também os professores”, declarou a aluna.
As aulas são passadas para a professora na Sala de Recursos Multifuncional e adaptadas para o sistema Braille com a ajuda também de desenhos em alto-relevo. “Estamos atendendo os professores de Biologia e Geografia, eles dão os conteúdos com uma certa antecedência e nós providenciamos fazer desenhos e adaptações em alto-relevo, tentando aproximar o máximo da realidade os conteúdos que o professor vai trabalhar com os alunos na sala de aula. É importante que elas não percam os conteúdos dados. Então, nós procuramos adaptar, aproximar o máximo da realidade aquele conteúdo para que possibilite o entendimento dessas alunas”, ressaltou a professora Berenice Sá Menezes Moraes.
Educação Inclusiva
Em 2018, o Governo do Estado fez a distribuição de uniformes escolares com inscrição em Braille, beneficiando 4,3 mil estudantes com o novo modelo de fardamento. A ação colocou o Maranhão como o primeiro Estado do Brasil a entregar uniformes com Braille para alunos da rede pública.
Fonte: Seduc
Texto: Nayara Vieira
Fotos: Lauro Vasconcelos
08/04/2019
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