Comunidade escolar do C.E. Maria José Aragão participa de atividades comemorativas pelos 17 anos da Lei 10.436
Nesta semana, várias escolas da rede estadual realizaram atividades alusivas aos 17 anos da oficialização da Língua Brasileira de Sinais (Libras), em 24 de abril de 2002 pela Lei no 10.436, um marco no processo de inclusão das pessoas surdas. Foi a partir desta lei que se estabeleceram as discussões, em âmbito nacional, relacionadas à necessidade do respeito à particularidade linguística da comunidade surda e do uso desta língua nos ambientes escolares e, consequentemente, o desenvolvimento de práticas de ensino que estejam preocupadas com a educação de alunos surdos numa perspectiva bilíngue de ensino.
No Centro de Ensino Pio XII, na quarta-feira (24), dia de aniversário de oficialização da lei, houve atividade interativa entre os estudantes surdos e os ouvintes, com apoio de professores e intérpretes de libras. A ideia é sensibilização da comunidade escolar ouvinte para a importância de aprender o alfabeto Manual e interagir com os colegas surdos.
C.E. Pio XII promove ação para reforçar a importância da interação entre alunos ouvintes e surdos
“A integração já se faz desde o momento em que o aluno surdo saiu da sala especial e foi inserido na sala regular. Mas, diariamente, a gente precisa fortalecer esse processo. Incentivando a comunidade ouvinte a interagir com os alunos surdos, para que eles se sintam mais acolhidos no ambiente escolar’, destacou Célia Janete Farias, gestora geral da escola.
“A comunidade surda precisa saber de onde ela vem e onde ela quer chegar, com essa luta. É a partir dessa lei que a gente tem lutado por novas conquistas, porque apesar de terem se passado 17 anos, da oficialização, ela ainda não é cumprida ao pé da letra, não é em todo espaço que o surdo chega e consegue ser atendido na língua dele”, disse Gisele Dias Nolleto, intérprete de Libras.
Para a estudante Jéssica Diniz Pereira, aluna da primeira etapa da EJA, é muito importante chamar a atenção das pessoas ouvintes para a necessidade da aceitação dos surdos.“É importante que a sociedade entenda que é importante uma convivência harmônica entre surdos e ouvintes. Já é hora de acabar com o preconceito”, disse Jéssica.
Já o Centro de Ensino de Apoio às Pessoas com Surdez Professora Maria da Glória Costa Arcângelo (CAS) promoveu, também na quarta-feira, o III Festival de Folclore Surdo do CAS (FestCas), uma noite cultural na qual os alunos surdos foram os protagonistas. No total, dez alunos surdos se apresentaram em grupos e individualmente com atividades como dança, contação de histórias e performances teatrais.
“É uma forma de evidenciarmos a Lei Brasileira de Língua de Sinais. Queremos incentivar esses jovens a demonstrarem que a língua deles não é inferior a nenhuma língua de modalidade oral. Queremos mostrar à sociedade que, por meio da Libras, os surdos podem manifestar as suas potencialidades artísticas e comunicativas”, destacou Nilde Conceição Pinheiro, gestora auxiliar do CAS.
Também foram realizadas atividades no Centro de Ensino Maria José Aragão, na Cidade Operária; no C.E. São Cristovão, no São Cristovão e no C.E. Luiz Rêgo, no Jardim Tropical.
No Centro de Ensino Anjo da Guarda, são três dias de atividades que envolvem toda comunidade escolar. Estão sendo realizadas oficinas com o propósito de propiciar aos alunos os conhecimentos básicos de Libras e compreender a importância para a inserção do surdo na sociedade. E, ao mesmo tempo, ampliar a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes.
“É importante que os ouvintes aprendam Libras ‘pra’ facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes”, concluiu Milena Santos, aluna do 2° ano matutino.
Fonte: Seduc
Fotos: Lauro Vasconcelos
25/04/2019
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