24/11/2017 4:20 pm

Mais de mil estudantes da rede estadual participaram de caminhada contra o Feminicídio

Estudantes, professores, parentes de vítimas, e representantes do MPMA, todos na luta contra o Feminicídio

Estudantes, professores, parentes de vítimas, e representantes do MPMA, todos na luta contra o Feminicídio

“Para a violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei! ” Dizia uma das tantas faixas carregadas por estudantes durante a ‘Caminhada Contra a Violência Doméstica’, realizada pelo Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA), por meio das Promotorias Especializadas da Mulher e da Educação, e a Secretária de Estado da Educação (Seduc), por meio da Unidade Regional de Educação de São Luís (URE/São Luís), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e a Polícia Militar, por meio da Patrulha Maria da Penha.

A concentração começou às 8h30, em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite, com apresentação da Banda de Música do Bom Menino. Quem chegava, vestia uma camisa rosa com o símbolo da luta contra a violência doméstica. Em pouco tempo, mais de mil estudantes de escolas da rede estadual de educação, representantes das instituições de defesa dos direitos da mulher e famílias de vítimas se juntavam para dizer não ao Feminicídio, ato extremo da violência contra a mulher, que só este ano no Maranhão fez 32 vítimas. Em todos os casos, os criminosos são homens que, de alguma forma, estão ligados às vítimas.

Estudantes carregam cartazes com frases contra a violência doméstica

“Essa caminhada marca os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, o fim da nossa campanha anual que é realizada desde 2012 para alertar a sociedade para a importância da prevenção da violência contra a mulher. Esse ano nós escolhemos o tema Feminicídio porque a cada 90 minutos uma mulher é assassinada nesse país. Nós precisamos extirpar a violência dos nossos lares. E com a conscientização de adolescentes e jovens vamos mudar isso no futuro”, destacou a Promotora Especializada da Mulher, Selma Regina Martins.

“Estamos muito felizes com o resultado dessa campanha, com tantos estudantes nessa caminhada. A ideia é que alunos se tornem cidadãos mais conscientes, capazes de respeitar os direitos da mulher e, também, sejam multiplicadores dessa consciência em suas casas e em suas rodas de amigos”, pontuou Eva Moraes, gestora da URE/São Luís.A Promotoria Especializada do Idoso também se juntou às demais instituições para apoiar à ação.

“Entre o público alvo da nossa Promotoria do Idoso nós temos muitas mulheres idosas vítimas de violência doméstica. Então, essa campanha é fundamental para chamar a atenção da sociedade contra esses vergonhosos índices de violência contra a mulher, e para o fato de que homens e mulheres são todos iguais perante a lei, perante à sociedade. Assim como nós homens queremos respeito, temos que respeitar”, pontuou o promotor do Idoso, Augusto Cutrim.

“A Polícia Militar, por meio da Patrulha Maria da Penha, tem hoje um trabalho muito importante com acompanhamento de mulheres vítimas de agressão e que estão com medida protetiva, e de fiscalização do agressor para que ele não retorne ao lar, para que ele de fato se mantenha distante da vítima. A informação é o principal caminho para a prevenção”, disse a Coronel Augusta Andrade, comandante de Segurança Comunitária e Coordenadora Estadual da Patrulha Maria da Penha.

Estudantes carregam cartazes com frases contra a violência doméstica

Estudantes carregam cartazes com frases contra a violência doméstica

“Eu estou aqui para dizer que perder uma filha, uma irmã, uma sobrinha para a violência dói muito. E quando o autor dessa violência está no seio da sua família, dói ainda mais. Você ver um homem dar 49 facadas em sua mulher, isso dói, porque nem com um animal a gente faz isso.  Temos que encontrar uma saída, temos que tentar conscientizar as pessoas de que isso é brutalidade e não podemos aceitar”, disse o senhor Tevelino Santana Maciel, da técnica de enfermagem Domingas Leidyele, brutalmente assassinada no último dia 16, pelo ex-companheiro, agente de segurança privada conhecido como João Batista.

“Essa caminhada é mais uma demonstração de que a gente não pode se calar, de que precisamos unir as nossas forças, porque não podemos deixar um homem que mata uma mulher impune. Eles precisam pagar por seus crimes com a pena correta. Se você tem alguém na sua família, tem uma vizinha sendo agredida, denuncie para que ela não seja mais uma vítima do feminicídio”, destacou Carolina Costa, irmã de Mariana Costa, morta pelo próprio cunhado, o empresário Lucas Porto, dentro do apartamento dela, em novembro do ano passado.

A caminhada saiu da Praça Deodoro e seguiu pela Rua Grande, com destino à Praça Benedito Leite. Por onde passava, atraia olhares e aplausos de populares. Para estudantes que, além de carregarem faixas e cartazes, entoavam palavras de ordem contra o Feminicídio, o envolvimento em ações como esta é uma das melhores formas de conscientizar a todos sobre a importância do respeito aos direitos da mulher e fortalecer a cultura da paz e da igualdade de gênero.

“Acho que, quando desde cedo você aprende que o mundo é feito de homens e mulheres e que ambos têm direito que precisam ser respeitados, é mais fácil ser um adulto consciente. E aqui nós nos unimos para dizer que, quando um homem ofende ou agride uma mulher, ele está cometendo um crime e vai ter que ser punido”, disse Larissa de Sousa, estudante da Unidade Integrada Sotero dos Reis (Centro).

“A gente levanta esses cartazes e levanta uma bandeira contra o machismo. É preciso ter consciência de que as mulheres conquistaram direitos e que precisam ser respeitados”, Carlos Igor Portela, estudante do BCA.

“De modo geral, queremos pedir mais respeito para as mulheres. Sabe, o mundo depende de homens e mulheres, um não vive sem o outro”, disse Hemerson Benício, estudante do BCA.

Campanha Lei Maria da Penha

Palavras que traduzem as chagas da violência doméstica

Palavras que traduzem as chagas da violência doméstica

A Campanha Maria da Penha em Ação: Prevenção da Violência Doméstica nas Instituições de Ensino é realizada desde 2012 pelo Ministério Público, por meio das Promotorias Especializadas da Mulher e da Educação, em parceria com a Seduc, por meio da Unidade Regional de Educação (URE) São Luís.

Desde o início da ação, o número de processos referentes a crimes de violência contra a mulher aumentou, saindo de 412, em 2012, para 8,6 mil, este ano. Para os órgãos de defesa da mulher, isso significa que as vítimas estão denunciando os seus agressores.

Fonte: Seduc

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