9/05/2022 5:20 pm

Núcleo de altas habilidades desenvolve potencialidades criativas e auxilia na relação entre mãe e filho

O estudante Pedro Emanuel recebe um abraço de sua mãe, Silvia Piquiá (Foto: Júnior Foicinha)

Aos 11 anos, Pedro Emanuel pulou do quarto para o sexto ano do Ensino Fundamental no Colégio Militar Tiradentes. Jogador de xadrez, apaixonado por matemática, de fala bem articulada e raciocínio rápido, ele foi indicado pelos seus professores para ser atendido pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação “Joãosinho Trinta”, mantido pelo Governo do Maranhão no bairro Cohab Anil III, em São Luís. Conhecido como Naah/S (se pronuncia “nás”), o espaço tem como objetivo estimular e desenvolver potencialidades criativas e o senso crítico de alunos da rede pública que estão acima da média.

“Esse lugar é muito importante para meu filho. Normalmente, quem tem altas habilidades acaba tendo problemas de relacionamento na escola, de vez em quando os colegas não compreendem muito bem as coisas que ele gosta, a velocidade com que ele aprende. Aqui ele é visto de uma forma diferente, ele estuda no seu próprio ritmo”, diz Silvia Piquiá, professora de Libras da Universidade Estadual do Maranhão e mãe do Pedro.

O Naah/S trabalha em três frentes, chamadas de Unidade de Atendimento. Uma delas é a “ao Professor”, que promove formação continuada aos profissionais que atuam diretamente com educação de estudantes com altas habilidades. Outra, “ao Aluno” é justamente a que recebe o estudante, com o intuito de realizar atividades de enriquecimento curricular. Por fim, a “Unidade de Atendimento à Família”, que busca orientar e oferecer suporte psicológico e emocional às famílias dos estudantes acima da média. Esse braço do Naah/S incentiva a formação de grupos de pais ou responsáveis, focando em diálogo, trocas de experiências e estudos sobre crianças superdotadas.

De acordo com Fabiano Tajra, diretor geral do Núcleo Joãozinho Trinta, o foco não é fazer o encaminhamento acadêmico ou profissional das crianças, mas dar suporte profissional para esses estudantes dentro de suas áreas de interesse.

“Quando o aluno chega aqui a família começa a entender as características de seus filhos. Nós fazemos essa ponte, acompanhamos no Núcleo, na escola em que ele está matriculado e junto à família, que começa a entender os motivos pelos quais as crianças são tão tímidas, tão calados, ou tão bagunceiros, ou tão estressados. Pessoas com altas habilidades podem ir de um extremo ao outro, não existe uma regra”, explica.

“Nós conseguimos perceber que os estudantes que chegam aqui possuem talento, mas estão meio perdidos em relação ao seu futuro, não sabem muito bem o que querem da escola. E o que nós fazemos aqui é orientar esse talento, quando estabelecemos um foco os resultados são ótimos. Graças a Deus, o Núcleo Joãozinho Trinta está completando 15 anos e, durante esse tempo todo, nós temos tido resultados maravilhosos, com total liberdade para que os jovens decidam seu futuro, na academia ou não”, completa Fabiano Tajra.

Protagonistas

Psicóloga do Núcleo, a professora Raquel Gama conta que o principal trabalho é valorizar os talentos dos estudantes e coloca-los como protagonistas de suas próprias histórias. “Nós estamos percebendo que, com o trabalho que estamos desenvolvendo dentro do Núcleo, as relações entre pais ou responsáveis e filhos estão ficando mais fáceis dentro de casa. Tivemos um período de pandemia que foi bastante complicado, mas agora, com a volta do presencial, vejo que os pais entendem melhor os filhos e os filhos entendem melhor os pais”, diz.

O perfil dos estudantes que são atendidos pelo Naah/S vai de destaques intelectuais, acadêmicos, com perfil de liderança ou interesse artístico, entre outros. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, calcula que 5% da população têm algum tipo de alta habilidade ou superdotação.

Já o Pedro, que lá no início da reportagem ficou jogando xadrez enquanto entrevistávamos os personagens dessa matéria, respondeu assim quando perguntamos o que ele achava do Núcleo: “Eu gosto daqui, é um lugar onde eu me sinto bem, desenvolvo minhas habilidades. Uma das coisas que eu não gostava em algumas das escolas onde estudei era de conteúdo muito simples. No Naah/S eu sinto que posso escolher o conteúdo e escolher o desafio que eu quero enfrentar. Eu penso que quero ajudar minha família, no futuro quero ser professor de matemática, formado em uma boa universidade pública, quero fazer até doutorado em matemática. E aproveitando a data, eu desejo feliz Dia das Mães pra minha mãe, que ela tenha toda a felicidade do mundo”. Ele completa 12 anos justamente neste domingo, 8 de maio, Dia das Mães.

09/05/2022

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