18/08/2016 9:40 pm

Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação comemora 10 anos

O Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) “Joãosinho Trinta”, órgão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), abriu, na quarta-feira (17), no Teatro da Cidade, em São Luís, a programação pelos 10 anos de fundação da instituição e em comemoração ao Dia Internacional da Superdotação, comemorado no dia 10 de agosto.

O aniversário de fundação do NAAH/S é dia 26 de dezembro. A programação foi antecipada para dar mais visibilidade às ações desenvolvidas pela instituição. “É a primeira de uma série de atividades que nós vamos realizar, até dezembro, em comemoração aos 10 anos. Queremos mostrar à sociedade que é o NAAH/S, como funciona, onde está, mostrando a história e a importância do núcleo para a sociedade”, destacou coordenador Geral da instituição, Fabiano Tajra.

A Solenidade contou com a participação de gestores escolares, professores, pais de alunos, além da Supervisora da Educação Especial, Rosane Ferreira, e da Gestora da Unidade Regional de Educação (URE) São Luís, Eva Alves de Moraes Barros, representando o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.

Durante a solenidade, alunos atendidos pelo NAAH/S puderam demonstrar suas habilidades e talentos com apresentações artísticas, palestras e exposição de telas.

O estudante Nelson Herbert Cipriano, de 12 anos, da U.I. Aluísio de Azevedo, encantou a todos executando no piano, uma das ‘Sinfonias’ de Chopin. Desde que o estudante tinha 07 anos, os pais perceberam que o filho tinha altas habilidades com os teclados e buscaram apoio do NAAH/S. Nelson foi inserido no grupo de enriquecimento musicalidade. “A música toca minha alma. Quando eu toco, eu procuro expressar a emoção que eu acho que o compositor da música quis transmitir. Tocar me faz feliz”, disse Nelson.

Quem emocionou a plateia ao tocar, no teclado, a música tema do filme ‘O Mágico de Oz – Somewhere Over The Rainbow’ foi o estudante Lucas Luciano Silva, de 14 anos. Mas, não foi uma apresentação comum. Lucas se apresentou tocando com os pés. Isso mesmo, com os pés! Por conta de uma deficiência física ele ficou com os membros atrofiados. Como é apaixonado por música e pintura, buscou superar essa que seria uma barreira, desenvolvendo habilidades com os pés e a boca. “O Núcleo nos dá oportunidade de desenvolver as nossas habilidades individuais e me ajuda a superar as barreiras e mostrar para mim mesmo e para as pessoas que eu posso fazer o que eu gosto e o que me faz feliz”, disse Lucas, que também pinta com os pés e a boca, além de ser craque nas membaixadinhas. Um vídeo dele fazendo embaixadinha foi postado numa rede social e já tem quase dois milhões de visualizações.

“Lucas sempre foi uma criança ativa, com altas habilidades. Desde os 3 anos descobrimos seu talento. E o NAAH/S está ajudando muito. A gente tem que buscar vencer as dificuldades da melhor forma possível, sendo feliz. O que eu quero é que meu filho se desenvolva e seja sempre feliz,” disse Messias Fernandes, pai de Lucas.

Durante o evento foram realizadas palestras sobre o tema das Altas Habilidades. A professora Raquel Gama, da equipe do NAAH/S, que é formada em Letras e acadêmica de Psicologia, proferiu uma palestra intitulada ‘Um Novo Olhar sobre as Altas Habilidades/Superdotação’. “É preciso sair da zona de conforto onde nos encontramos, desconstruir o que foi construído e lançar um novo olhar para as com Altas Habilidades.”,disse a palestrante.

Outro palestrante foi Flávio Garcêz, de 16 anos, aluno do C.E. Erasmo Dias e atendido no NAAH\S. Flávio nunca foi bom nas matérias da área de exatas, como Matemática, Química e Física. Mas, quando o assunto é Produção e Interpretação Textual, “eu sempre me saí muito bem, naquilo que exige mais de oratória. Aos treze eu despertei o meu olhar para esse talento que eu tenho. Aos quinze fui chamado para o NAAH/S, que foi muito importante para o meu desenvolvimento,” destacou Flávio, que na palestra falou de suas experiências.

Durante o evento também foi realizada uma exposição com telas produzidas pelo estudante do Centro de Educação Especial, Helena Antipoff, Sérgio Aroucha, de 36 anos, também atendido pelo NAAH/S. Para fazer demonstração das suas habilidades, ele, que é apaixonado por teatro, se vestiu de Charles Chaplin para pintar uma tela ao vivo. “O meu estilo é abstrato, mas, às vezes eu também faço pinturas de paisagem. A pintura é como se fosse uma janela que se abre e me leva pra outrolugar,” disse o artista.

O NAAH/S

Os NAAH/S foram criados pelo governo federal e, nos estados, são vinculados às Secretarias Estaduais de Educação. No Maranhão, o Núcleo tem como proposta formar professores e profissionais da educação para a identificação dos alunos com Altas Habilidades/Superdotação, com vistas ao pleno desenvolvimento das potencialidades desses alunos e proporcionar informações sobre as necessidades educacionais especiais desses alunos para a comunidade escolar da rede regular de ensino.

O NAAHS é organizado com salas de recursos para atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, oportunizando o aprendizado específico e estimulando suas potencialidades criativas e seu senso crítico, com espaço para apoio pedagógico aos professores e orientação às famílias de alunos com Altas Habilidades/Superdotação.

O NAAH/S trabalha diretamente com 41 escolas da Rede Estadual de Ensino e faz atendimento em nove salas de recursos, com serviço pedagógico Itinerante. “O nosso trabalho, hoje, é para garantir a inclusão destas crianças, adolescentes e jovens que têm altas habilidades. Fazer com que as nossas escolas se preparem pra atender e entender esses talentos. O NAAH/S representa um espaço grandioso, pois agrega a condição de pensar que as pessoas com altas habilidades podem render e rendem muito, desde que se dê as condições adequadas”, destacou a professora Rosane Ferreira.

Fonte: Seduc
Texto: Regina Souza
Fotos/Lauro Vasconcelos