18/12/2025 1:38 pm

Educar por meio da arte: o legado de duas décadas do Núcleo Arte Educação (NAE)

No coração da cena cultural maranhense pulsa um projeto que há quase duas décadas reescreve trajetórias e materializa sonhos. O Núcleo Arte Educação (NAE), criado em 2005, logo após a reabertura do Teatro Arthur Azevedo, é muito mais do que um conjunto de cursos artísticos. É uma política pública visionária que une as secretarias de Estado da Cultura e da Educação, tornando-se um farol de formação integral, cidadania e acesso à beleza artística para centenas de crianças e jovens da rede pública estadual.

O princípio do NAE é simples em sua profundidade: utilizar a arte como elemento pedagógico essencial. Para além de técnicas, o projeto trabalha o desenvolvimento da criatividade, do raciocínio, da percepção estética e, sobretudo, do processo de humanização. Seu objetivo é gerar cidadãos mais participativos, criativos e conscientes de seu papel no mundo.

A secretária de Estado da Educação, Jandira Dias, sintetiza a filosofia que guia o projeto: “Este núcleo tem sido um espaço dentro da nossa Rede, capaz de reafirmar aquilo em que acreditamos profundamente: a arte é parte essencial do processo educativo. A arte provoca, inspira, transforma. Ela ajuda nossos jovens a compreenderem o mundo e, principalmente, a compreenderem a si mesmos. E isso é educação na sua essência mais humana.”

Do processo ao palco: 400 alunos mostram a magia do NAE

O Núcleo celebrou o encerramento de suas atividades em 2025 com um evento de grande porte: a IV Mostra Josué da Luz e Turmas de Aperfeiçoamento. Os tradicionais Teatro Arthur Azevedo e Teatro João do Vale transformaram-se em palco de culminância para o trabalho de centenas de alunos, demonstrando a força e a abrangência do projeto.

A mostra consolidou-se como um verdadeiro festival, apresentando uma programação diversificada que ocupou a cidade com arte. Ao todo, foram 04 espetáculos de teatro, 02 recitais de piano e violão, 06 apresentações de dança (abrangendo ballet clássico e jazz dance) e 02 espetáculos de aperfeiçoamento nas linguagens de dança contemporânea e dança popular maranhense. Um total de 400 estudantes subiu aos palcos, protagonizando seus aprendizados para um público de familiares, educadores e comunidade.

A professora Andressa Reis, que orientou o recital de piano com 29 alunos, havia antecipado, durante o processo, a magia desse momento final. “Foi um ano de processo, de imersão com as crianças. O tema ‘Quem podemos ser’, que eles fizeram músicas em banda, foi um processo criativo totalmente deles, o que deixou tudo mais mágico”, afirmou.

Sonhos que ganham forma e movimento

Para os estudantes, o NAE representa mais do que uma atividade extracurricular, é um espaço de descoberta, pertencimento e realização de sonhos. A aluna do curso de Ballet Clássico, Astride Nascimento, expressou a emoção de viver essa experiência. “O NAE me ensinou que o balé não é só técnica, é sentimento, é dedicação e é acreditar em mim. Subir no palco foi a realização de um sonho que eu achava muito distante. Hoje eu sei que posso ir ainda mais longe”, falou emocionada.

A emoção também é compartilhada pelas famílias. Silvanira Nascimento, mãe da Astride, destacou o impacto do projeto. “O Núcleo Arte Educação cumpre um papel transformador na vida de muitas crianças e famílias, e para minha filha não foi diferente. O NAE foi o ponto de partida de um sonho. Ela desde pequenininha sonhava em ser bailarina e o NAE abriu essas portas para ela. No dia da formatura eu senti um orgulho imenso, porque eu percebi que aquele momento representava não apenas a conclusão de uma etapa, mas o início de um caminho que continuará até a realização plena do sonho dela.”

Para a diretora do Teatro João do Vale, Sidileila Freire, a atuação do NAE dialoga diretamente com a missão do espaço cultural. “Um dos principais objetivos do Teatro João do Vale é promover o acesso à cultura, à arte e à educação. O NAE contribui de forma decisiva para que possamos alcançar esse propósito, ao aproximar crianças e jovens da rede pública dos palcos, da formação artística e da experiência cultural”, destacou.

Arte, educação e cidadania

Além da formação artística, o NAE tem ampliado seu alcance através de uma ação de formação de plateia, garantindo que estudantes e a comunidade tenham acesso a espetáculos. É a consolidação de uma cadeia formativa: apreciar, aprender, fazer e se expressar. Com aulas ministradas por arte-educadores especializados, o projeto estrutura seu calendário em duas etapas anuais, organizando turmas por faixa etária.

Para o secretário adjunto de Gestão da Rede de Ensino e Aprendizado, Assis Filho, a iniciativa reforça o papel da arte na educação pública. “A arte tem um papel fundamental na formação dos nossos estudantes. Ela amplia horizontes e desperta sensibilidade. Quando arte e educação caminham juntas, criamos um espaço vivo, onde os alunos podem experimentar, criar e expressar aquilo que são e aquilo que sonham ser.”

Mais do que ensinar arte, o NAE cultiva autoestima, disciplina, trabalho em grupo e sensibilidade. Ele prova, na prática, que a educação se completa quando abre espaço para a emoção, a criação e o lúdico. Nestas aulas não se formam apenas músicos, bailarinos ou atores. Formam-se cidadãos com repertório ampliado, sonhos validados e a certeza de que a arte é, de fato, um direito e um caminho para uma vida mais plena e humana.

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